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16 de outubro de 2008

Um achado: relendo Kyoto


O trabalho da "nipo-brasileira" Raquel Hoshino me encantou. Veja em seu site suas criações cheias de lirismo quando decora porcelanas. Inclui um tema que remete ao Japão: Kyoto. Justamente um trabalho que eu buscava neste momento, em homenagem nipo-brasileira ao meu pai, fervoroso defensor da tradição japonesa: uma releitura cheia de brasilidade, que transmite com delicadeza e sensibilidade a fina arte tradicional  japonesa.

Vale a pena conferir.


3 de agosto de 2008

Sons do Japão: do tradicional ao moderno

Gostei muito. No site do Bunkyo podemos saber detalhes sobre o espetáculo. Na primeira parte, músicas tradicionais. Na 2a., arranjos modernos que eu nunca tinha ouvido. Normalmente não aprecio muito as revisões modernas. E shakuhachi, para mim, é para música meditativa, no zen. Mas as que o grupo apresentou me agradaram muito. Tocaram até uma composta pelo violonista brasileiro convidado, Camilo Carrara, ensaiada ontem. Só soube disso depois! Além dele, acompanhado pelo arranjador e compositor ao teclado, o músico que tocou o shakuhachi nessa música me surpreendeu. Achei que eu fosse sentir um certo "sotaque" japonês nessa música com uma levada brasileira, mas ele mandou bem, já que, conforme fiquei sabendo depois, ele tem frequentes inclusões em músicas fusion. Fico aguardando um CD deles!

9 de julho de 2008

Chitãozinho e Xororó em Araraquara


Nesse final de semana estive dando aula lá. Quem me conhece sabe que não pode me considerar apreciadora de música sertaneja. Eis que me convidaram para assisti-los no clube de lá. Topei, fui e gostei, viu! Fica aqui confirmado o que sempre achei: aqueles que fazem sucesso, que estão no topo, em qualquer estilo, são bons mesmo! Fora que, em essência, sou eclética mesmo. Acho que sei apreciar o que vem do alto talento.
Mas, bom mesmo, foi conhecer o pessoal de lá e os momentos inesperadamente inesquecíveis.

Memories of Tomorrow - 明日の記憶 - Ashita no kioku -



"Memórias do Amanhã" talvez seria a tradução para esse filme japonês de 2006 com Ken Watanabe (O Último Samurai). Creio que esse ator talentoso seja unanimidade no Japão. Seu personagem está com a doença de Alzheimer. Watanabe compôs muito bem o Saeki, o executivo bem-sucedido que começa a ter precocemente sintomas de falta de memória. Fiquei até com a sensação de que ele está doente de verdade. Não pude segurar as lágrimas à medida que fui observando sua relação com a esposa, que o apoia. Ficou difícil não me identificar em alguns aspectos de minha vida com meu pai, apesar de ele não ter o mesmo diagnóstico, ao menos por enquanto...Vou até dormir mais cedo.
Entre no site oficial e ouça a linda trilha sonora.

25 de junho de 2008

Brasil e Japão

Saiu no editorial da Folha de São Paulo já há um tempo (dia 19 de junho) mas, para quem não leu, segue aqui, pois acho que vale a pena:

AS COMEMORAÇÕES do centenário da imigração japonesa atingem seu ponto máximo durante esta semana, mas não se limitam a um prazo circunscrito nem aos eventos previstos pela agenda oficial. Repetem-se todos os dias, na verdade, na vida dos brasileiros.
Celebra-se o centenário toda vez, por exemplo, que uma criança brasileira -qualquer que seja a sua etnia- aprende suas primeiras lições de judô, ou que adolescentes de origem japonesa jogam futebol. Celebra-se toda vez que se lêem os "hai-kais" de algum poeta brasileiro, com sobrenome polonês ou espanhol.
Celebra-se toda vez que, na música "pop", nas artes plásticas, na criação de moda, numa sala de aula ou numa reunião de negócios, um modo de ver a vida, ao mesmo tempo brasileiro e japonês, se inventa e se renova. Difunde-se, então, sem que importe saber se são descendentes de africanos, de portugueses, de italianos ou russos os cidadãos que recebem seu influxo.
O que se comemora, assim, não é apenas uma admirável história de audácia, trabalho e adaptabilidade pessoal. Os cem anos de imigração japonesa também constituem exemplar caso de sucesso numa questão que afeta gravemente o mundo contemporâneo: o de como preservar diferentes identidades culturais num mesmo território sem que o particularismo, a intolerância e o conflito comecem a surgir. Ao contrário, as culturas só se fortalecem na troca e no diálogo
Só aos poucos, sem dúvida, a cultura brasileira e a japonesa se aproximaram e fertilizaram mutuamente; não faz muito tempo, muitas manifestações da estética, da culinária ou da espiritualidade japonesa ainda eram desconhecidas da maioria dos brasileiros. Foram só cem anos, afinal; o belo caminho iniciado no porto de Santos, em 1908, continua a ser trilhado.

23 de junho de 2008

SPFW - Erika Ikezili

Até o São Paulo Fashion Week com o centenário?! Nunca tinha estado em algum desfile do SPFW. Fui convidada pelo Leo Ota, diretor cultural do Bunkyo e presidente do Pavilhão Japonês, onde o desfile aconteceu. Cheguei cedo, junto com colegas do Bunkyo para acompanhar os preparativos e curtir o local que não visitava há quase 20 anos. Antes dos convidados chegarem, deu tempo de observar o jardim zen, as belas árvores e respirar aquele ar frio. Muito interessante ver toda a infra-estrutura sendo cuidadosamente arrumada, câmeras, luzes, caixas de som, o diretor definindo os ajustes finais da trilha sonora que incluiu um mix bem sacado do DJ Hisato com o taiko (tambor tradicional japonês) e o shakuhachi (flauta tradicional japonesa) com o mestre Danilo "Baikyo" Tomic .
Já mais próximos do horário do desfile, tive momentos divertidos por ser minoria nikkei naquele meio. Estava com meu famoso chapéu que ganhei do Kevin Smith, quando a achamos na famosa feira de antiguidades de Paris. Meu sonho singelo sempre foi passear por Paris, com um chapéu francês (rsrs). Acho que ele fez sucesso, pois acabei sendo clicada várias vezes pelo pessoal. Fui até entrevistada pela equipe da Chic News - (de Glória Kalil, que claro que estava lá e sentada a poucas cadeiras de mim! Fica aqui minha admiração por suas colocações sempre muito espirituosas). Vejam minha cara de frio na "Galeria" do site dela! rsrsrs Diferentemente do que está escrito lá, não havia tantos nikkeis assim, por isso não havia tantas opções para os fotógrafos, por isso fiz a festa! rsrs
Sintonizei-me com as criações de Erika Ikezili. São fusões inusitadas e criativas de elementos orientais com a tropicalidade, e com detalhes sensíveis em fitas e rendas. Leia também a crítica de Glória. Nessa minha foto, que não é nada boa, mas tirada de um ângulo que quase não foi clicado, podemos ver um corredor interno do Pavilhão, por onde as modelos passavam antes de chegar na passarela. Esse era o momento final, onde se pode ver Danilo, ecoando sua sublime música e, ao fundo, uma árvore cerejeira em flor (cor de rosa). Senti que o público foi atingido pela aura zen que quiseram transmitir. Se não foi, ao menos eu fui!!..

21 de junho de 2008

Os japoneses

Já essa obra, da Célia Sakurai, historiadora nissei brasileira, me explicou muito bem a história social dos japoneses. Acabei de ler essa semana. Certamente ajudou-me a compreender muita coisa sobre a sociedade japonesa e sobre nós, nikkeis. Todos nós deveríamos ler. Interessei-me por ler esse livro pois gostei das colocações, ainda que tão curtas devido ao tempo disponível, que ela fez durante o Simpósio Internacional "Presença japonesa na América Latina" ocorrido no Memorial da América Latina em maio.

The dignity of the nation - 国家の品格, Kokka no Hinkaku

A dignidade da nação (edição bilíngue jap/ing)
É um livro best seller no Japão, do ensaísta e matemático Masahiko Fujiwara. Resolvi pedir para um amigo me trazer do Japão pois meu pai leu a versão original, em japonês, e quis muito que alguém mais lesse. O autor é contra o movimento de globalização e a ocidentalização do Japão, o que ele considera como causa para uma futura ruína do país. Ele é favor do resgate dos antigos valores como o do Bushido, que regeu os samurais. Já faz uns meses que li, e tenho refletido a respeito. Até concordo com muitas coisas que ele argumenta, mas seu texto me pareceu mais uma conversa de botequim, ou seja, pouco baseado em estudos e pesquisas e muito baseado em sua própria opinião. Talvez, justamente por ser um texto fácil, tenha caído no gosto dos saudosistas japoneses.

14 de junho de 2008

Abertura da Semana Cultural Brasil Japão


Estive lá. O que mais me emocionou na exposição foram os bonecos de Yuki Atae. As expressões que ele conseguiu imprimir nos rostos é impressionante. Clique na foto para saber mais. Merece ter estado no Louvre e em tantos outros mundos.
A ambientação de todo o pavilhão do Anhembi também impressionou. Com assinatura de Jun Nakao, o branco no piso e nas paredes compostas por enormes panos brancos fez realçar as silhuetas das pessoas, das peças expostas. Apesar do afluxo de pessoas, deu um ar zen para ser mergulhado. Muito bom.
Veja programação e algumas imagens no site oficial.

22 de maio de 2008

Japão em cada um de nós

Desta vez estive na abertura da exposição no Banco Real, também comemorativa do centenário, com curadoria de Celia Abe Oi e Paulo Cezar Garcez Martins. 私たちひとりひとりの日本.
Realmente, outro momento de refletir sobre todo o legado que nos deixaram nossos ancestrais.
Saiba mais sobre o "Portal da Memória" e outros itens no link acima. Esses origamis me impressionaram.

Abril no centenário - momentos da Estação da Luz

Estive na abertura da mostra "O Japão daqui" no Museu da Língua Portuguesa. Roberto Civita abriu os discursos. Uma reunião inusitada, realmente multicultural, como diz o Prof Kokei Uehara. Garotas nikkeis de kimono na entrada. Garotas nikkeis de minissaia bem ao modo neopop japonês na saída. Destas últimas ganhei o brinde da Sony - uau, um par de cumbucas "chawan" para arroz, made in Japan, um par de palitinhos e de jogo americano em bambu. Texto falando sobre a tradição do arroz na culinária japonesa. Além disso, ganhei a revista, edição comemorativa da Abril "100 anos de imigração japonesa". Fantástica coleção de fotos especiais. Imperdível.
Na saída, caminhei pela estação da Luz. Lá vi uma placa, falando de outro centenário, este, há muito mais tempo comemorado (clique na foto para visualizar maior). Mas o motivo dela, já não é tão vivo assim. Quiçá o reavivem um dia.

25 de abril de 2008

Andes

Pois é, as viagens que tenho a sorte de fazer em função da Fonoaudiologia me levam a viver momentos únicos. Isto é o que vi no trecho Bogotá-Lima, voltando de um evento com as fonoaudiólogas da América Latina da Operation Smile.

18 de abril de 2008

Sergei Rachmaninov Concerto nº 2

Tive de sair da Pinacoteca e ir direto para a Sala São Paulo. Que bom, geograficamente próximos!.. Fui ver Rachmaninov, concerto no. 2. Antes de começarem, precisei respirar fundo para não desandar a chorar. Não podia cair no sentimentalismo. Era necessário se manter consciente, ainda que buscando sair da mente, para poder perceber cada meandro desse romantismo que esse compositor passa. Sublime.

JOHN NESCHLING regente
Arnaldo Cohen piano
Sergei Rachmaninov Concerto nº 2 para Piano em dó menor, Op.18
Pyotr I. Tchaikovsky

Capricho italiano, Op.45

Sinfonia nº 3 em Ré maior, Op.29 - Polonesa

O Florescer das Cores: A arte do periodo EDO


Estive hoje na abertura da exposição: “Florescer das Cores” sobre "artes tradicionais japonesas no período Edo (1603-1867). A mostra apresenta diferentes quimonos, adornos femininos, cerâmicas, artefatos em laca e indumentárias de samurais (incluindo espadas e armaduras)."

Faz parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil. Quando estive estudando no Japão, tive a oportunidade de visitar alguns museus onde vi algumas destas peças. Mas, naquela época, nem de longe eu tinha a visão que tenho hoje. Armaduras? Espadas?.. Sim. E?.. Hoje, tendo buscado tantas referências, tendo experienciado tantas inquietações, senti algo completamente distinto, ao me deparar próxima a tantos materiais, tantas significâncias...

Pinacoteca - De 18 de abril a 22 de junho de 2008
Praça da Luz, 2 - Luz - São Paulo/SP
Fone: (11) 3324-1000
Funcionamento: De terça a domingo, das 10h às 18h00

14 de abril de 2008

Prof Sylvio Le Sueur












Finalmente conheci pessoalmente este que me ensinou tanto e me transformou para sempre. O que aprendi com ele não é só para ensinar melhor. É para ser uma pessoa melhor, total!
Clique na foto para ver todas as fotos desse final de semana onde continuei aprendendo ainda mais. Para saber mais sobre os cursos dele, entre no site: Le Sueur - Consultoria e Cursos a Distância EaD

22 de março de 2008

100 anos da imigração japonesa no Brasil

Esse ano é o da comemoração dos 100 anos em que aportou no Brasil o navio Kassato Maru, vindo do Japão, trazendo imigrantes.
Para compreender profundamente toda a história e a evolução dos acontecimentos desde então, comecei pelo livro: "Uma Epopéia Moderna: 80 anos da imigração japonesa no Brasil" Vários autores – Comissão de Elaboração da História dos 80 anos da Imigração Japonesa no Brasil.
Eu achava que já sabia tanto mas, na realidade, era quase nada!.. Depois de muita emoção, e até mesmo indignação pelos momentos árduos pelo qual comunidade passou, hoje estou compreendendo muito mais coisa sobre minhas origens e dado mais valor a tantos feitos.
Para se informar sobre os eventos comemorativos, entre no site oficial. Para se manter em dia com as coisas do Japão no Brasil, visitem o site do Bunkyo, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social.

A Balada de Narayama


Outro filme forte, para refletir...

Sinopse: Em um pequeno vilarejo japonês, todos que chegarem ao 70 anos devem ir ao topo de uma certa montanha para morrer - e a recusa seria uma desonra para suas famílias. Orin (Sumiko Sakamoto) é uma senhora de 69 anos, mas só morrerá em paz quando souber que seu filho mais velho, Tatsuhei (Ken Ogata), tiver encontrado uma esposa.

Premiações: Ganhou Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1983 e Melhor Fotografia no Festival Internacional de Cinema do Havaí, em 1984.

Há muitas passagens por demais inquietantes, se considerarmos os dias de hoje. Mas o que deixo aqui para refletir é sobre o que ficou para mim: será que conseguirei morrer dignamente, sem medo, com honra, em paz? Gostaria de morrer como tantos mostrados em filmes: aqueles que, mesmo sentenciados injustamente, seguem pelo corredor da morte de cabeça erguida, e não como outros, que vemos cheios de desespero, tentando fugir a todo custo.

De novo o Kevin

Àqueles que não apreciam gatos, desculpem-me..




Mas essa é minha diversão: editar vídeos no meio da madrugada!..

4 de janeiro de 2008

Jobim no Japão

Assisti hoje na NHK, canal de TV japonesa, um show muito belo. Tributo a Antonio Carlos Jobim. Meu pai e eu nos emocionamos vendo a cultura brasileira valorizada na voz de uma brasileira, Lisa Ono, nissei paulista radicada no Japão desde os 10 anos, com Paulo Jobim no violão, Daniel Jobim no piano e músicos japoneses, fora a convidada Miucha. Muito bom. Confira um trecho do show com a obrigatória "Garota de Ipanema".