Esteja sempre presente. Transforme o fel em mel. Compartilhe somente o que é bom. Seja nada.

31 de maio de 2007

Feitiçaria


Capra me remeteu a Carlos Castañeda. Portanto, agora comecei mais outro: O poder do silêncio.

Física Quântica


Em 24 de maio comecei também: Fritjof Capra - Sabedoria Incomum.

30 de maio de 2007

Gestos que denunciam

Um novo paciente meu, um garoto, adora cantar. Veio a mim pois sua voz tem ficado muito rouca. Tem até banda. Canta todo o tipo de rock que o pai, decerto, também deve gostar. Quando lhe pedi para cantar algo de que goste muito, mandou, junto com seu violão "I can´t tell you why", dos Eagles! Bravo!
Chegando em casa, apressadamente alcancei, numa prateleira quase inatingível, após uma incrível ginástica, a pilha de LP´s que ainda mantenho guardados, mesmo após ter me mudado tantas vezes de lar.

Avidamente procurei-o. Lá estava ele, o da capa preta: "The long run". Que sensação estranha, manipular algo depois de tanto tempo.
Tirei a bolacha de dentro da capa. Estava limpa, intacta. Lá estava ela, a faixa que tanto ouvi: "I can´t tell you why". Eu segurava o disco com as duas mãos abertas, a parte de dentro delas tocando-lhe gentilmente a borda. Para ver o lado B, com um gesto rápido com os dedos, fiz o disco virar sobre si mesmo, agilmente. Arrepiei-me, pois não fazia esse gesto há tantas décadas!!! Nem todos podem conhecer este gesto!!!
Infelizmente, não tinha toca-discos para completar essa sessão nostalgia. Mas não sou apegada ao passado. Logo fui atrás de vídeo no YouTube. Encontrei! Quer tirar a saudade?

A gente japonesa

Dia 29 de maio

Comecei a ler outro de Jun´ichiro Tanizaki: As irmãs Makioka (Sasameyuki 細雪). Meu desejo é observar as estruturas familiares do Japão ao longo de sua história. Achava eu que, tendo crescido numa família de origem japonesa, e tendo vivido no Japão por dois anos, já conhecia bastante sobre os costumes que vemos até hoje em nossas famílias. Mas lendo "Lendas de Murasaki" que mostrou-me como as famílias se organizavam no século 10, e "Xogun" que mostrou-me o século 16, compreendi inúmeras nuances e detalhes que até hoje existem nas estruturas familiares japonesas. As regras sociais que norteiam os casamentos, a vida do homem, a vida da mulher e tantas outras coisas, evoluíram de diversas formas em cada civilização. Está sendo muito interessante ter acabado de ler "O livreiro de Cabul" e agora ter contato com o Japão nas primeiras décadas do século 20. Já estou considerando de forma diferente as coisas de minha própria família.

Comunicações indiretas

Dia 26, 27 e 28

Li "A chave", de Jun´ichiro Tanizaki, de 1956 (edição brasileira de 2000).
Qual é a motivação que existe para aquele que escreve um diário, onde conta todos sentimentos, os mais íntimos? Será que existe a vontade íntima de ser lido por alguém, especificamente por quem a pessoa nutre aqueles sentimentos íntimos difíceis de serem abordados pessoal e abertamente? E, se não houver a mínima possibilidade de alguém encontrar a chave para poder ler o diário, ainda assim a pessoa o escreveria?
Aos japoneses não é de bom tom expressar idéias de forma muito direta. As comunicações são indiretas.
Meu pai não escreve diário, pelo menos que eu saiba. Mas ele coloca coisas sobre um móvel, perto do qual ele sabe que eu passo. Um livro, um pedaço de papel com algo escrito por alguns de meus irmãos ou por ele mesmo, anotações sobre sua pressão sangüínea, ou qualquer coisa mais prosaica como uma propaganda. Geralmente acabo vendo, claro. Mas não faço ou não falo nada, a não ser que ele comente.
Eu não faço isso com ele, ao menos conscientemente. Mas ele vê coisas que estão sobre minha escrivaninha ou outro lugar, por onde ele passa. Interpreta que deve fazer ou falar algo a respeito apesar de, geralmente, não haver nada a ser feito ou dito.
Muito de nossa comunicação é assim...


OSUSP na Sala São Paulo

Sala São Paulo http://www.salasaopaulo.art.br/ OSUSP CARLOS MORENO regente
29 MAI 21H00 - SÉRIE MOSAICO
- MARIO FICARELLI Transfigurationes: No início, a entrada dissonante é de difícil "degustação". Mais ao final, consegui entrar na criação dele. É algo bem profundo, etéreo.
- SERGEI PROKOFIEV Concerto nº 3 para Piano e Orquestra, SYLVIA THEREZA solista : tema relativamente conhecido. Senti a pianista com grande domínio da técnica, bastante virtuosa, como a peça pede. O piano fazendo parte de si própria. Sobre o bis, algo de quem desconheço, mais introspectivo, algumas pessoas comentaram que deixou a desejar. Eu já recebi como algo que ela preferiu contrapor a Prokofiev.
- JEAN SIBELIUS Sinfonia nº 2: mais facilmente degustável

24 MAI 21H00 OSUSP recita SHAKESPEARE
- TCHAIKOVSKY Romeu e Julieta Abertura
- DVÓRAK Otello - Abertura op. 93 Lento - Allegro con brio
- MENDELSSOHN Abertura e música incidental de "Sonho de uma noite de verão Op. 21 & 61 Abertura Allegro di molto no. 1 Scherzo Allegro Vivace - Wedding March vivace